É #FAKE vídeo aéreo que mostra sucuri gigantesca em rio da Amazônia
12/05/2025
(Foto: Reprodução) 'Se a imagem fosse verídica, esse animal chegaria a 25 metros, o que não existe na natureza. Provavelmente, foi gerado por inteligência artificial', afirmou o Ibama. Fato ou Fake mostrou registro a um biólogo e a um perito, que explicaram por que ele é falso; entenda. É #FAKE vídeo aéreo que mostra sucuri gigante na Amazônia
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Circula nas redes sociais um vídeo que mostra uma imagem aérea de uma serpente em um rio. Legendas afirmam que a imagem mostra uma sucuri gigante na Amazônia. É #FAKE.
g1
🛑 O que diz a publicação falsa?
Um post de sexta-feira (9) no X tem uma legenda que diz, em inglês: "Uma sucuri gigante foi avistada na Amazônia". A publicação tem um vídeo de oito segundos que mostra uma filmagem aérea de uma serpente na superfície de um rio. É possível ouvir som de hélices de helicóptero.
⚠️ Por que ela é mentirosa?
O Fato ou Fake mostrou o vídeo à assessoria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que respondeu.
"A serpente contida no vídeo apresentado não corresponde à realidade, devido à desproporção do animal em relação à vegetação e à largura do rio, considerando o tamanho e a altura do helicóptero em voo. Há sucuris na Amazônia que são bem grandes, com até 9 metros de extensão. Entretanto, se a imagem em questão fosse verídica, em termos proporcionais, esse animal chegaria a 25 metros, o que não existe na natureza. Provavelmente, foi gerado por Inteligência Artificial (IA). Portanto, é fake".
Essa desproporção pode ser atestada a partir da comparação com uma checagem feita pelo Fato ou Fake em 2023, que apontou como verdadeiro o vídeo de uma cobra gigante na Austrália. O animal real em questão era uma píton-tapete, que chega a 4 metros.
O biólogo Lucas Simões Lima, que trabalha com manejo de serpentes também viu inconsistências no vídeo viral da sucuri em um rio da Amazônia: "Parece IA. Tem um momento ali em que surgem, aparentemente, duas cabeças. As dimensões do corpo são muito irregulares (cauda fina, por exemplo). E tem essa 'natação', que mais parece um animal rastejando no seco. Também se nota uma coloração errônea, que mais se assemelha a uma píton que a uma sucuri verde".
O perito em crimes digitais Wanderson Castilho citou vários fatores que denunciam se tratar de IA: "Primeiro, uma cobra desse tamanho teria quase 50 metros, e nunca existiu isso. Outro ponto é que, com esse tamanho e esse peso, ela deveria afundar, e não ficar sobre a água".
Ao reproduzir o vídeo em velocidade mais baixa, o especialista verificou: "Em câmera lenta e com zoom, percebemos que cobra tem duas cabeças. E, conforme vai aproximando, percebe-se que essa [segunda] cabeça vai desaparecer. É uma IA 'criando' um vídeo. Logo depois, essa outra cabeça desaparece, e a cobra nem afundou a parte mais pesada".
O Fato ou Fake usou a ferramenta InVid para fragmentar o vídeo em diversos frames (imagens estáticas). Depois, foi feita uma busca reversa com essas "fotos" em plataformas como o Google Lens, que apontam a origem de conteúdos na internet.
A pesquisa levou a centenas de publicações em redes sociais, com versões diferentes sobre quando e onde o avistamento da serpente teria ocorrido. No entanto, não há registros em fontes confiáveis que confirmem sua autenticidade – nem dados como local, data e testemunhas. Também não existem ângulos diferentes desse mesmo evento.
Além disso, a tela de uma câmera adicional presa à aeronave, e que aparece no canto inferior direito do vídeo, exibe imagens aleatórias – e não replicam cenas da serpente.
É #FAKE vídeo aéreo que mostra sucuri gigante na Amazônia
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