Entenda em 5 pontos por que Virgínia foi à CPI das Bets e o que ela disse
13/05/2025
(Foto: Reprodução) Convocada como testemunha, ela foi questionada sobre contratos de publicidade envolvendo apostas online e o possível incentivo ao jogo entre seus seguidores. A influenciadora digital Virgínia Fonseca prestou depoimento nesta terça-feira (13) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado.
Convocada como testemunha, ela foi questionada sobre contratos de publicidade envolvendo apostas online e o possível incentivo ao jogo entre seus seguidores.
🔍 A CPI investiga a promoção de jogos de azar online feita por influenciadores digitais. A prática é considerada problemática, especialmente porque muitos dos seguidores são menores de idade ou pessoas vulneráveis a problemas com jogos. Além disso, também investiga eventuais irregularidades nos contratos de publicidade, que seriam atrelados ao quanto os apostadores perdem.
Virgínia, que tem mais de 50 milhões de seguidores, negou irregularidades e disse que sempre alertou o público sobre os riscos das apostas.
Durante a sessão, que durou mais de três horas, a influenciadora abordou temas como contratos, responsabilidade com os seguidores e a continuidade de parcerias publicitárias.
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Confira, a seguir, os principais pontos do depoimento:
1. Por que Virgínia foi chamada à CPI?
A convocação de Virgínia Fonseca foi motivada pela investigação da CPI sobre o uso de influenciadores digitais na promoção de casas de apostas. A comissão apura se celebridades digitais incentivaram o público – especialmente menores de idade – a apostar de forma irresponsável.
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), explicou que a intenção é entender o papel de influenciadores na divulgação de jogos de azar, considerando os potenciais impactos sociais e psicológicos desse tipo de publicidade.
"Ninguém ganha das bets, elas existem para ganhar em cima do apostador. Isso é um problema de saúde pública", disse Soraya.
2. Contrato polêmico e 'cláusula da desgraça'
Um dos pontos mais discutidos durante o depoimento foi o contrato de Virgínia com a casa de apostas Esportes da Sorte. A CPI investiga se influenciadores recebiam um percentual sobre as perdas dos apostadores, o que ficou conhecido como "cláusula da desgraça".
Virgínia negou que seu contrato incluísse essa cláusula e explicou que a única bonificação prevista era um aumento de 30% no cachê caso ela conseguisse dobrar o lucro da empresa. No entanto, ela afirmou que essa meta nunca foi atingida.
"Esse valor nunca foi atingido, nunca recebi um real a mais do que meu contrato de publicidade que fiz por 18 meses. Era um valor fixo. Se eu dobrasse o lucro, eu receberia 30% a mais da empresa. Mas isso não chegou a acontecer", disse a influenciadora.
Virgínia foi tietada pelo senador Cleitinho (Republicanos).
Reprodução/TV Senado
3. Alertas sobre os riscos das apostas
Durante a sessão, Virgínia ressaltou que sempre fez questão de alertar seus seguidores sobre os riscos das bets. Ela afirmou que seguia as diretrizes do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) e deixava claro que o jogo envolvia tanto a possibilidade de ganhar quanto de perder dinheiro.
"Eu sempre deixo muito claro que é um jogo, que pode ganhar e pode perder. Que menores de 18 anos são proibidos na plataforma. Se possui qualquer tipo de vício, o recomendado é não entrar. E para jogar com responsabilidade", afirmou Virgínia.
4. Uso de contas fornecidas pelas empresas
Outro ponto polêmico foi o uso de contas para realizar as apostas nos vídeos promocionais. Virgínia esclareceu que não utilizava sua conta pessoal para as gravações, mas sim contas fornecidas pela própria empresa de apostas.
"É uma conta que eles mandam senha. É uma conta feita para eu jogar. Não é uma conta fake", explicou. Ela destacou que, embora a conta não fosse a mesma dos seguidores, o aplicativo utilizado era o mesmo acessado pelo público.
5. Arrependimento e continuidade das parcerias
Questionada sobre o impacto social das apostas e se pretende continuar fazendo propaganda para casas de apostas, Virgínia disse que não se arrepende de nenhuma ação publicitária, mas admitiu que pretende refletir sobre a continuidade das parcerias.
"Eu não me arrependo de absolutamente nada do que já fiz na minha vida. Acredito que tudo serviu de ensinamento. Vou chegar em casa e pensar, pode ter certeza", afirmou.
Ela também destacou que não tem como socorrer seguidores que enfrentam problemas financeiros por causa das apostas. "Eu não tenho poder de fazer nada. Então, aí, tá complicado", disse a influenciadora.
O que acontece agora?
Após o depoimento, a CPI das Bets continuará ouvindo outros influenciadores e representantes de casas de apostas. A investigação busca entender como as campanhas publicitárias podem ter incentivado práticas de jogo irresponsáveis e quais medidas podem ser tomadas para proteger os consumidores.
Virginia entregou à comissão documentos relacionados aos contratos com as empresas Esportes da Sorte e Blaze, e eles serão analisados sob sigilo. A expectativa é que os depoimentos de outras personalidades ajudem a esclarecer o papel dos influenciadores na promoção dos jogos de azar.