Observatório Internacional de Informação e Democracia analisa impactos e desafios da informação na era digital

  • 19/03/2025
(Foto: Reprodução)
Em 300 páginas, relatório trata de 9 temas, entre eles IA, informação e democracia, poder das bigtechs e combate à desinformação e caminhos para a justiça de dados. Observatório Internacional de Informação e Democracia apresenta primeiro relatório global sobre os desafios da era digital O Observatório Internacional de Informação e Democracia apresentou nesta quarta-feira (19), no Rio de Janeiro, o primeiro relatório global sobre os desafios da era digital. Como proteger da desinformação a democracia? E qual o tamanho do desafio que o mundo tem pela frente em tempos de redes sociais, algoritmos e dificuldade de separar o que é informação confiável do que não é? Muitas perguntas. Mas o que se tem de respostas até agora sobre isso? Essa foi a missão de 60 especialistas de vários países, que analisaram mais de 3 mil artigos científicos e relatórios técnicos sobre o assunto. Depois de um ano e meio de pesquisas, o resultado é o primeiro relatório global produzido pelo Observatório Internacional de Informação e Democracia, apresentado nesta quarta-feira (19) no Rio. “O relatório chega é: há poucos dados sobre esse problema. E isso se deve ao fato de as empresas que operam as plataformas digitais, as redes sociais, essas empresas são cada vez menos transparentes. Elas não deixam os pesquisadores coletarem os dados”, afirma Marie Santini, diretora e fundadora do NetLab / UFRJ. Observatório Internacional de Informação e Democracia analisa impactos e desafios da informação na era digital Jornal Nacional/ Reprodução Um debate com a participação de pesquisadores marcou o lançamento no Brasil. Camille Granier, diretor-executivo do Fórum sobre Informação e Democracia, diz que o ponto principal da desinformação é a intenção. “São as falsas narrativas que têm uma intenção de agredir, de atingir o opositor no debate político, por exemplo, ou uma questão da sociedade”, diz Camille Grenier, diretor-executivo do Fórum sobre Informação e Democracia. O relatório é apresentado em um momento considerado crítico pelos pesquisadores. Recentemente, a Meta - dona do Facebook e do Instagram - suspendeu a checagem de informações publicadas nas suas redes nos Estados Unidos. Além disso, a desinformação é apontada como uma das maiores ameaças nos próximos dois anos pelo Fórum Econômico Mundial. Em 300 páginas, o relatório trata de nove temas, entre eles inteligência artificial, informação e democracia, poder das bigtechs e combate à desinformação e também os caminhos para a justiça de dados. Quando o assunto é inteligência artificial, os pesquisadores apontam que a falta de transparência é ainda mais grave. Segundo eles, muitas vezes, os usuários concordam com as políticas de privacidade sem entender como os seus dados serão usados para alimentar a inteligência artificial. Observatório Internacional de Informação e Democracia analisa impactos e desafios da informação na era digital Jornal Nacional/ Reprodução O relatório ressalta a dificuldade de acesso a dados e a falta de transparência para medir o impacto dessas tecnologias na vida das pessoas. Em países da América Latina, entre eles o Brasil, o acesso a esses dados é ainda menor. “Nós precisamos de dados, nós precisamos de evidências para diagnosticar esse problema corretamente e não deixar que ele seja capturado por questões ideológicas e, sim, que a gente veja qual é o verdadeiro risco para a sociedade e possa ir pensando políticas, regulação e formas de remediação desse problema para a sociedade”, diz Marie Santini. O documento ressalta que é preciso aprimorar mecanismos de regulação das redes e que as plataformas respeitem as leis locais. No Brasil, mudanças no Marco Civil da Internet estão em julgamento no STF - Supremo Tribunal Federal. O foco é o artigo 19, que prevê que as plataformas só são obrigadas a retirar conteúdo do ar mediante ordem judicial. “É preciso uma revisão, mas somente para aquelas plataformas que são gigantes, que têm uma escala muito maior que, então, representam um risco sistêmico. O artigo 19 ainda é muito bom para as startups, as operadoras de médio porte, de pequeno porte, mas, claramente, não é adequado para regular os gigantes da internet”, afirma Luca Belli, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV-Rio. Os riscos da desinformação são muitos. Um deles é perder o direito de fazer as próprias escolhas. “Quando a gente fala em desinformação, a gente fala de todas as formas de manipulação das pessoas, dos indivíduos comuns. Então, essa manipulação pode ser através de informação falsa, mas pode ser pela arquitetura dos aplicativos que as pessoas usam, induzi-las a determinados comportamentos. Ou seja, a gente quer evitar que a sociedade seja manipulada por qualquer motivo que seja, em qualquer situação. Que as pessoas possam ter direito à informação. A informação de qualidade é um direito”, afirma Marie Santini.

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/03/19/observatorio-internacional-de-informacao-e-democracia-analisa-impactos-e-desafios-da-informacao-na-era-digital.ghtml


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