Reflexão para o natal

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Natal: tempo de luz, consciência e compromisso com a vida das mulheres

O Natal é tradicionalmente associado à esperança, ao nascimento de novos sentidos e à renovação da fé na humanidade. É um tempo simbólico que nos convida à reflexão profunda sobre nossas atitudes individuais e coletivas. No entanto, enquanto luzes se acendem e mesas se preparam para a celebração, muitas mulheres seguem vivendo em silêncio, medo e invisibilidade, vítimas de diferentes formas de violência.

Neste período do ano, é fundamental lembrar que o verdadeiro espírito natalino não se limita a gestos simbólicos ou celebrações pontuais. Ele se materializa no compromisso com a dignidade humana, no respeito à vida e na proteção dos direitos das mulheres. A violência doméstica e familiar, infelizmente, tende a se intensificar em períodos festivos, revelando uma realidade que não pode mais ser naturalizada.

A campanha de enfrentamento à violência contra a mulher nos convoca à responsabilidade coletiva. Romper o ciclo da violência exige mais do que discursos: exige escuta, acolhimento, políticas públicas eficazes e uma rede de apoio acessível e humanizada. Exige, sobretudo, que a sociedade deixe de silenciar diante da dor alheia.

Neste Natal, que possamos refletir sobre que tipo de sociedade estamos construindo e qual é o nosso papel na defesa da vida das mulheres. Que a mensagem de paz ultrapasse os limites das palavras e se transforme em ação concreta, solidariedade e compromisso permanente.

Que o nascimento simbólico que o Natal representa seja também o renascimento da esperança para mulheres que lutam diariamente para sobreviver, resistir e viver com dignidade. Não há justiça social possível enquanto houver violência. Não há Natal pleno enquanto houver mulheres privadas do direito de viver sem medo.

Mara Lilia Meneses

Assistente social, especialista em Direitos Humanos, Ciência Política e Jornalismo Digital.

Colunista – Mulheres em Destaque

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